Educação no meio rural

Desde a nossa fundação, abraçamos o desafio de facilitar o acesso a um ensino de qualidade nas comunidades do sul da Província de Sofala, onde atuamos.

A educação no meio rural que encaramos como prioritário no nosso trabalho, sabendo que a Educação é a base de todo o desenvolvimento e o garante de um futuro melhor para cada um, para as comunidades, para Moçambique e para o mundo.

Para garantir o ensino e aprendizagem, nas zonas rurais, começamos a investir na educação de base onde encontramos:

Ter elevado o nível de ensino até à 12ª classe em Barada, Estaquinha, Mangunde e Machanga, foi uma grande conquista que abre as portas para a progressão da educação no meio rural desfavorecido e vulnerável.

Incluímos os pais e encarregados de educação, conselhos escolares, e as comunidades, nas sensibilizações e processos educativos para que os impactos e melhoria da qualidade de ensino sejam maiores.

A educação inclusiva, abrangendo crianças e jovens com deficiência nas nossas escolas, e a promoção do acesso das raparigas à escola, são também prioridades nossas. Sensibilizamos os encarregados de educação e as comunidades para valorizarem o acesso à educação para TODOS.

acesso à educação
escolas agrícolas

Internatos escolares – acesso à educação

Acesso à qualidade de educação

Os internatos escolares surgiram para acolher alunos de zonas longínquas e possibilitar que estes possam estudar. ESMABAMA atribui bolsas aos mais desfavorecidos e isenção de mensalidades nos internatos escolares para combater os altos índices de analfabetismo rural e possibilitar o acesso à educação e a um futuro melhor.

Escolas em zonas rurais

A educação no meio rural é complexa, pois as escolas em Moçambique estão organizadas em Escolas Primárias completas, que leccionam do 1º ao 7º ano de escolaridade, a partir de 2023 do 1º ao 6º, e Escolas Secundárias, que leccionam do 8º ao 12º ano, a partir de 2023 do 7º ao 12º ano. No sul da Província de Sofala, em Moçambique, não existe um número suficiente de escolas para todas as crianças, principalmente a partir do 7º/ 8º ano. A desistência escolar é, por isso, a dura realidade para muitas crianças que estão a muitos quilómetros de distância das escolas. As escolas primárias são predominantes, mas quanto mais se progride nos estudos, mais distantes ficam as escolas.

Oportunidade de acesso à educação

Um facto concreto é que, relativamente ao Ensino Secundário, o distrito de Machanga tem apenas 2 Escolas Secundárias. Há casos em que os alunos vivem a mais de 200 km de uma Escola Secundária. Por esta razão, é comum muitos alunos optarem pela desistência escolar depois de concluir o 7º ano de escolaridade. Os internatos geridos por ESMABAMA são, para muitos, a única oportunidade existente para o acesso à educação. Os alunos sem oportunidade de se inscrever nos internatos, acabam por abandonar a escola.

Alfabetização de adultos

Muitos dos nossos centros de Alfabetização e Educação de Adultos nas comunidades rurais remotas ficam longe das vias de acesso principais, a muitas horas da primeira aldeia, onde, de facto, “ninguém chegou antes”, o que constitui uma grande barreira ao ensino e aprendizagem. Os centros de alfabetização de adultos são uma nova oportunidade para que todos tenham acesso à educação, onde a prevalência de analfabetismo ainda é considerável.

A maioria dos alunos são adultos, na sua maioria mulheres. Contudo, em alguns centros também encontramos crianças em idade escolar, que teriam de percorrer vários quilómetros a pé para chegar a uma escola. Assim, todos têm a oportunidade de ter acesso à educação, uma nova oportunidade para aprender a ler e escrever. Cada centro fica aberto, pelo menos, durante um ciclo de 2 anos. No fim, os estudantes recebem um diploma equivalente ao 5º ano.

Na Alfabetização de Adultos, como questões transversais, são também aprendidas habilidades para a vida como agro-pecuária, poupança, conhecimentos para montar e gerir pequenos negócios e discutem-se temas como saúde, saúde sexual e reprodutiva. Estes centros funcionam desde 1998.

Escolas agrícolas - educação no meio rural

Ensino técnico agrário

Reconhecendo a importância da formação técnico-profissional em Moçambique, ESMABAMA tem investido em centros de educação e formação agrícola. Tem também apostado, ao longo dos anos, no fortalecimento do ensino técnico agrícola nos seus centros de desenvolvimento através das Escolas Familiares Rurais, que hoje são as escolas agrícolas (Institutos Médios Agrários). A metodologia de ensino de um Instituto Agrário foi construída para que os alunos desenvolvam conhecimentos e competências técnicas.

Para as comunidades

Estes conhecimentos são difundidos pelas comunidades envolventes e pelas comunidades onde os alunos vivem, visto que os alunos desenvolvem trabalhos práticos nas comunidades e nas suas famílias durante várias semanas. A aprendizagem nas escolas agrícolas e nas comunidades é realizada com o apoio dos professores e técnicos qualificados. No final dos três níveis de estudos, pretende-se que os alunos saiam com um diploma equivalente à 12ª classe.

Base de sobrevivência

Segundo os censos de 2017, 66,6% das famílias moçambicanas vivem no meio rural, sendo que a maioria trabalha em campos agrícolas para a produção de alimentos para o autoconsumo ou para comercialização. A produção agropecuária própria são a base da sobrevivência para muitos.

Questões transversais abordadas

Na nossa ação , os nossos públicos-alvo são sensibilizados para diversas questões transversais de saúde, como a higiene e prevenção de doenças – SIDA e tuberculose, COVID-19, malária, entre outras. Questões de cidadania e de desenvolvimento de competências de vida são também frequentemente abordadas como violência baseada no género, agricultura, direitos das crianças ou a deficiência.